Toda cicatriz pode virar um queloide?

Por: Dr. Rodrigo Motta 20 de setembro de 2020

A cicatrização é um processo biológico natural e fundamental para manter a integridade da nossa pele. Toda vez que sofremos um corte, uma escoriação, ou uma queimadura por mais leve que seja, uma série de processos orgânicos são desencadeados no local para tentar recuperar o tecido que foi lesado.

Os cuidados com a cicatriz cirúrgica são simples, mas devem ser seguidos à risca para permitir uma recuperação ideal. Durante a cicatrização, os cuidados para prevenir infecções e inflamações locais, devem ser redobrados, além do monitoramento quanto à possibilidade de sangramentos ou aberturas dos pontos.

Pacientes que passam por cirurgias plásticas, tendem em sua maioria, a ficar com uma cicatriz delicada e imperceptível com o passar do tempo. Porém um dos medos mais comuns, responde pelo nome de queloide. Essa cicatriz inestética é caracterizada pelo crescimento anormal, porém benigno de tecido cicatricial que se forma no local da incisão cirúrgica, e ultrapassa os limites do corte. Costuma surgir dentro de três a seis meses após a cirurgia, e só tende a crescer, coçar e às vezes até doer com o passar dos meses. Isso porque há um processo inflamatório e irritativo na pele, levando a uma produção exagerada de colágeno e consequente formação desse hipercicatrização.

Indivíduos afrodescendentes e orientais apresentam maior propensão à formação de queloide, sendo os adultos jovens, os mais acometidos.

Porém, algumas regiões de nosso corpo, mostram um maior risco para o surgimento de queloides, como as orelhas, tronco e ombros. Também não podemos esquecer que a predisposição, história familiar ou algum outro fator que agrave a cicatriz como inflamação local, podem levar à formação de um queloide ou cicatriz hipertrófica.

Se você está programando passar por uma cirurgia plástica e apresenta um queloide ou uma cicatriz hipertrófica ou sabidamente apresenta tendência à formação a esse tipo de cicatrizes, deve cogitar o início da Betaterapia após a realização de sua cirurgia, pois a Betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia, e de acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a Betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.