A betaterapia aumenta o risco de câncer de mama?

Por: Dr. Rodrigo Motta 19 de fevereiro de 2021

As cirurgias plásticas nas mamas são sem dúvida alguma o procedimento médico cirúrgico com finalidades estéticas mais desejado pelas mulheres. A este rol de procedimentos fazem parte a mamoplastia redutora, a mastopexia, indicada para erguer as mamas e a mamoplastia de aumento, o tão famoso implante de silicone.

A escolha de um cirurgião plástico e de sua confiança, é de fundamental importância para que bons resultados sejam obtidos, mas caso você tenha tendência à formação de queloides ou cicatrizes hipertróficas, considere a possibilidade de se submeter às sessões de betaterapia com a finalidade de reduzir o risco de formação dessas hipercicatrizes após a realização de qualquer uma das cirurgias mamárias citadas acima.

A betaterapia é um tratamento médico que utiliza a radiação beta na prevenção de queloides e cicatrizes hipertróficas. Essa radiação é emitida por uma placa de Estrôncio 90 (material radioativo). A betaterapia está indicada aos pacientes que possuam as chamadas hipercicatrizes (hipertrófica ou queloide) em qualquer localização do corpo e que estejam programando passar por uma cirurgia plástica a fim de remover essa lesão. A betaterapia também é recomendada aos pacientes que tenham tendência à formação dessas super cicatrizes.

A primeira sessão de betaterapia deve ter início dentro de 24 a 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno. Em média dez sessões serão prescritas pelo médico radioterapeuta após a consulta médica e avaliação do seu caso.

Mas, a betaterapia pode aumentar o meu risco para câncer de mama?

De forma alguma, pois a radiação beta tem baixo poder de penetração na matéria sendo totalmente absorvida em alguns milímetros de pele, e sua ação terapêutica ocorrendo na camada derme. Assim, nenhuma radiação irá atingir a glândula mamária. Reforçamos ainda que a betaterapia é um tratamento totalmente indolor, que pode reduzir significativamente as chances de formação de um queloide ou cicatriz hipertrófica.

A betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia, e de acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.