Radioterapia para o câncer de pele

Por: Dr. Rodrigo Motta 27 de dezembro de 2019

O câncer de pele representa 33% de todos os diagnósticos de doenças malignas (câncer) no Brasil; o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra cerca de 180 mil novos casos ao ano. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele.

Os tipos de câncer de pele, são divididos em não melanoma e melanoma. Dentre os não melanoma, o mais frequente é o carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos, seguido do carcinoma espinocelular, representando 25%; e o tipo melanoma, com uma incidência de 5%.

Apesar da alta incidência do carcinoma basocelular, ele é o menos agressivo e raramente produz metástases. O carcinoma espinocelular é mais invasivo que o carcinoma basocelular e pode apresentar metástases. E o melanoma é altamente invasivo e produz metástase facilmente, podendo apresentar uma alta mortalidade se não diagnosticado precocemente. Diante de uma suspeita de câncer de pele ao exame clínico, a biópsia deve ser realizada a biópsia, que pode ser incisional em lesões muito extensas, ou excisional em lesões pequenas.

A radioterapia utiliza radiações ionizantes, mais comumente o raio-X ou elétrons para destruir ou inibir o crescimento das células malignas que formam o tumor.

Essa radiação é gerada por um equipamento de grande porte, conhecido como acelerador linear.

Se o tumor for muito grande ou se encontrar em uma área da pele que dificulta a remoção cirúrgica, a radioterapia pode ser usada como tratamento principal. A radioterapia também pode ser útil para alguns pacientes que, por outros motivos de saúde, não possam ser submetidos à cirurgia. A radioterapia geralmente pode curar pequenos cânceres de pele do tipo basocelular ou espinocelular e pode atrasar o crescimento dos mais avançados.

A radiação também é útil quando combinada a outros tratamentos. Por exemplo, a radiação pode ser usada após a cirurgia como tratamento adjuvante (adicional) para eliminar células cancerígenas remanescentes que podem não ter sido retiradas. Isso reduz o risco do câncer voltar após a cirurgia. A radiação também pode ser usada para ajudar a tratar o câncer de pele que se espalhou para os gânglios linfáticos ou outros órgãos, o que pode acontecer nos casos de melanoma avançado.

O médico responsável pela radioterapia para o câncer de pele, é o radio-oncologista (radioterapeuta). Em geral, 20 sessões em dias consecutivos são necessárias para eliminação ou controle do tumor.

Os efeitos colaterais mais observados da radioterapia para o câncer de pele são o eritema (vermelhidão) da pele nas proximidades do tumor, assim como alopecia (queda de cabelo) se o tumor estiver localizado no couro cabeludo.