Muito cobiçada esteticamente e conhecida como “de porcelana”, a pele oriental exibe um padrão de envelhecimento mais lento se comparada à pele caucasiana (branca). Esta observação, deve-se ao fato da derme asiática ser mais espessa e mais rica em colágeno e elastina do que a pele branca. Quantidades extras desta proteína na derme, promovem menos rugas e flacidez à pele. Mas, esta vantagem incrível também tem seus poréns! Embora o colágeno seja muito bom para pele, sendo responsável por deixa-la mais firme e durinha, também pode tornar-se um vilão, fazendo com que surjam cicatrizes hipertróficas ou queloides após um ferimento ou cirurgia.
A literatura médica em dermatologia não é muito vasta, quando o assunto é a pele oriental. A grande maioria dos estudos faz comparações entre a pele caucasiana (branca) e a pele negra. No entanto, há uma significativa demanda de pacientes orientais e descendentes nos consultórios, visto a miscigenação estar bem presente em nossa população. A experiência nos diz que a pele oriental é normalmente mais sensível, tem tendência a apresentar manchas e algumas alergias, como a dermatite atópica (eczema). A pele oriental tem maior quantidade de melanina do que a pele branca, e tende a ser mista em relação à oleosidade.
Ferimentos e incisões cirúrgicas também merecem uma atenção extra. A pele oriental, por ser rica em melanina e em fibras colágenas pode formar queloides ou cicatrizes hipertróficas.
O queloide é uma doença linfoproliferativa da pele que tem sua origem no processo de cicatrização, e a sua incidência na população asiática não é totalmente conhecida. Como o queloide mostra uma maior incidência em determinados grupos raciais, o desenvolvimento desta doença mostra estreita relação com alterações genéticas em determinados cromossomos.
A incidência de queloide entre as populações caucasiana e negra, bem como seus descendentes é bem estudada e documentada. De acordo com algumas publicações, algo em torno de 0,1% entre os americanos caucasianos (brancos) e 4 a 16% entre os negros americanos. Um estudo publicado em 2014 em uma revista internacional de dermatologia, analisou a incidência de queloides na população de Taiwan, mostrou que de fato a população oriental analisada apresentou uma maior ocorrência de queloides e cicatrizes hipertróficas se comparadas à população caucasiana (branca), o que deve-se ao fato da pele oriental ser caracterizada por uma maior atividade de fibroblastos, células responsáveis pela síntese de colágeno durante o processo de cicatrização.
Se você tem tendência à formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, pense na possibilidade de associar este tratamento à sua cirurgia de aumento das mamas. Mas lembre-se de antes passar em consulta com o médico radioterapeuta, o profissional que avaliará o seu caso e prescreverá a quantidade de sessões bem como a dosagem e periodicidade das mesmas.
A Betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia.
A Betaterapia é utilizada na prevenção da formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, devendo ter início em até 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno. De acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a Betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.