Os idosos não são os únicos mais vulneráveis a Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Especialistas destacam que grande parte das comorbidades que aumentam os danos provocados pela Covid-19 está relacionada ao diabetes tipo 2, hipertensão, cardiopatias e também à obesidade.
A obesidade é entendida como um Índice de Massa Corporal acima de 30. Para simplificar: uma pessoa de 1,70 que pesa acima de 88 quilos já deixou a faixa de sobrepeso e entrou na obesidade grau 1.
As doenças crônicas debilitam as nossas células, fazendo com que elas não funcionem de modo correto e gerando um desgaste imunológico. No caso do diabetes, os neutrófilos, importantes no sistema imune, são mais defeituosos, e sua capacidade de se locomover para locais inflamatórios é reduzida. Também fica prejudicada a atividade bactericida, a capacidade de matar bactérias, outro ponto importante na defesa do corpo.
Apenas a obesidade já é um grande problema para o sistema imunológico, pois está relacionada a um maior grau de inflamação. Temos muitos trabalhos que já mostram como a obesidade influencia a resposta imune do organismo. Muitos países com altos índices de obesidade têm enfrentado taxas elevadas de mortalidade na atual pandemia. Um estudo feito com 4.103 indivíduos pela Grossman School da New York University, mostrou que ter acima de 65 anos e ser obeso são os dois fatores que mais levam doentes com Covid-19 a ser hospitalizados na cidade de Nova York.
A importância da obesidade, que já havia sido identificada na Itália como um dos complicadores, aparece claramente e mais presente no estudo feito em Nova York, mas não na epidemia da China, justamente por não ser a obesidade uma característica presente na população daquele país.
Como resultado, países onde grande parte da população tem excesso de peso, como o Brasil, têm mais chances de registrar um maior número de mortes.
Segundo um levantamento recente do Ministério da Saúde, um em cada cinco brasileiros (19,8%) é obeso. Além disso, mais da metade da população (55,7%) tem excesso de peso.
De acordo com os dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) de 2018, houve um aumento de 67,8% no número de obesos nos últimos treze anos, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018. A alta foi maior entre os adultos de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos, com 84,2% e 81,1%, respectivamente.
A obesidade geralmente está por trás de muitas das condições pré-existentes que foram definidas como agravantes para a Covid-19.
Assim, é um fator de risco conhecido para o desenvolvimento de hipertensão e doenças cardiovasculares. Ao mesmo tempo, alguns estudos sugerem que pessoas obesas têm três vezes mais risco de ter diabetes.
Entre os pacientes mais jovens, as comorbidades mais observadas tem sido: diabetes, cardiopatia e obesidade.
Nesse período de isolamento social, torna-se ainda mais importante atenção à nossa dieta e atividade física.