O uso da cola cirúrgica pode atrapalhar a betaterapia?

Por: Dr. Rodrigo Motta 16 de julho de 2021

Procedimentos cirúrgicos estéticos ou não, costumam causar ansiedade em qualquer paciente. Além do resultado, quem se submete a uma cirurgia se preocupa, também, com a cicatriz que ficará. Além de um profissional capacitado e competente para adequada realização de sua cirurgia, os materiais utilizados, também são fundamentais para a recuperação no pós-operatório. E a cola cirúrgica vem se destacando como alternativa para otimizar a cicatrização da pele.

O uso da cola cirúrgica mostrou uma redução significativa no tempo total de cirurgia, o que diminui o período necessário de anestesia e, consequentemente, os riscos ligados à sedação. Com os mesmos princípios ativos daquela supercola doméstica, a cola cirúrgica também evita riscos de infecção. O motivo: ela se cristaliza em menos de 60 segundos após a aplicação, criando uma barreira contra microrganismos.

No Brasil, a cola cirúrgica já é reconhecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), através do registro de fabricantes do produto. Mas é necessário que o cirurgião esteja apto e familiarizado ao uso do produto de acordo com as especificações técnicas de cada tipo de cola.

Mas o uso da cola cirúrgica pode atrapalhar a betaterapia?

A Betaterapia é um tratamento médico que utiliza a radiação beta para a prevenção de queloides e cicatrizes hipertróficas. Essa radiação ionizante é emitida por uma placa de Estrôncio 90 (material radioativo), e recomendamos que a cicatriz fique totalmente exposta e sem barreiras protetoras, para que a adequada administração da radiação beta possa diminuir ao máximo o risco de formação de queloides ou cicatrizes hipertróficas. Assim, a cada sessão, o curativo será retirado para a adequada aplicação da betaterapia, e em seguida, um novo curativo será realizado.

Respeitar o período de recuperação e seguir as recomendações de seu cirurgião são dicas de extrema importância para o sucesso de qualquer cirurgia plástica. Na fase de recuperação, o corpo irá trabalhar ativamente para cicatrizar os tecidos, diminuir e eliminar o inchaço, permitindo um retorno paulatino às atividades do dia a dia.

Vale ressaltar que cada tipo de procedimento necessita de cuidados específicos relacionados à região operada. O pós-operatório de uma cirurgia de mama, por exemplo, exige que a paciente fique sem levantar os braços e sem pegar peso até que o médico libere.

Atenção! Se você tem tendência à formação de cicatriz hipertrófica ou queloide, consulte um médico radioterapeuta antes da realização de sua cirurgia plástica, e se informe a respeito dos benefícios que a betaterapia pode trazer a fim de evitar cicatrizes grossas e indesejáveis, pois a betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia, e de acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a Betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.