Notícias falsas podem prejudicar o diagnóstico e o tratamento do câncer de mama. Neste Outubro Rosa, que tal se informar melhor sobre esse assunto? Saber o que é fato, o que é fake, é sempre importante para tomarmos as nossas decisões, mais ainda quando o assunto é combater uma doença tão grave.
Na internet, são inúmeros os boatos sobre o câncer de mama. Diversas notícias falsas tratam desde supostas vacinas, alimentos, chás milagrosos e tratamentos sem comprovação científica para cura da doença. Com a popularização de aplicativos de mensagem, a divulgação das chamadas fake news (notícias falsas) acontece de forma ainda mais rápida e intensa. Porém, acreditar nessas notícias pode trazer graves consequências para a saúde, dificultando o diagnóstico, o tratamento e podendo até mesmo agravar o quadro clínico de algumas pacientes. Algumas pessoas até abandonam o tratamento convencional e o acompanhamento médico por conta de notícias falsas.
O câncer de mama é o câncer de maior incidência entre as mulheres brasileiras, e a informação é uma arma importante para o diagnóstico precoce e, consequentemente, melhor resposta ao tratamento. A credibilidade das informações sobre diagnóstico e tratamento devem sempre vir de médicos e especialistas que estejam tratando a paciente.
Mas vamos lá, às principais fake news envolvendo esse tema:
1) Desodorante pode causar câncer de mama? FAKE! Essa notícia começou a se espalhar a partir da associação de que uma grande parte dos canceres de mama ocorrem próximos a axila, onde é usado o desodorante. Apesar do produto poder causar alergias e infecções nessa região do corpo, estudos já comprovaram que os desodorantes e antitranspirantes não guardam nenhuma relação com o aumento do risco para o câncer de mama.
2) Sutiã pode causar câncer de mama? FAKE! Os sutiãs não causam câncer de mama. Um estudo publicado em 2014 provou que não houve diferença no risco entre as mulheres que usavam um sutiã e as mulheres que não usavam sutiã.
3) Próteses de silicone aumentam o risco de câncer de mama? FAKE! Não existem relatos científicos de que a doença seja desencadeada pelo uso de próteses de silicone. O que acontece muitas vezes é que a mulher se preocupa com a aparência estética das mamas e deixa de visitar o mastologista e fazer regularmente os exames anuais. Com isso, a doença pode desenvolver-se sem o diagnóstico precoce, mas não por conta da prótese de silicone.
4) Fazer topless aumenta o risco de câncer de mama? FAKE! Não há nenhuma relação entre o câncer de mama e exposição ao sol. Porém, todos sabemos que expor a pele aos efeitos da radiação UV, pode sim aumentar o risco para o desenvolvimento de câncer da pele. Assim, se você for à praia ou piscina, use sempre um protetor solar mais recomendado para a sua pele.
5) Mamas grandes tem maior risco para desenvolver câncer de mama? FAKE! O risco é igual independente do tamanho. Esta é uma afirmação já consolidada na literatura médica. Um estudo europeu correlacionou a numeração do sutiã com o risco de neoplasia e concluiu que o tamanho da mama está comumente relacionado ao sobrepeso e que a obesidade atua como um fator de risco independente para o desenvolvimento de tumores.
6) A mamografia pode causar o câncer de mama? FAKE! A mamografia necessita de pouca radiação para ser executada. O risco da exposição à esta radiação é baixo e o benefício deste exame, supera e muito um eventual risco. Além disso, nunca houve um caso de câncer de mama comprovadamente induzido por radiação da mamografia. Porém, boatos e informações falsas sobre mamografia seguem sendo compartilhados em redes sociais como, Facebook e Instagram, e aplicativos de mensagens, como o WhatsApp.
7) Nova tecnologia cura o câncer de mama sem cirurgia? FAKE! “Câncer de mama não precisa mais fazer cirurgia. O Brasil vai importar essa nova tecnologia de Israel.” É o que diziam as postagens que vinham sendo compartilhadas nas redes sociais no ano de 2019, geralmente com pedidos de ajuda na divulgação dessa informação. É verdade que há pesquisas sendo realizadas para tratamento de câncer de mama sem cirurgia; principalmente nos Estados Unidos, mas há muita discordância sobre as consequências da dispensa da não utilização da cirurgia tradicional no acompanhamento de longo prazo dessas pacientes. Outros estudos são conduzidos em Israel, e utilização a crioablação, ou criocirurgia (resfriamento extremo e rápido do tumor).
Ao receber uma notícia por aplicativo de mensagem ou em uma rede social, você pode fazer uma verificação mais aprofundada para saber se essa informação é verdadeira ou falsa. As duas principais formas de fazer isso são pesquisando em sites confiáveis ou consultando um médico especialista.