É possível prever se a cicatriz ficará inestética?

Por: Dr. Rodrigo Motta 22 de outubro de 2021

Sempre que a nossa pele é lesada, quer seja por um acidente ou por uma cirurgia, o processo de cicatrização entra em cena.

Cicatrizes são definitivas, para sempre. No entanto, a qualidade da cicatriz poderá variar muito. Uma cicatriz de boa qualidade deve ser fina, plana, com coloração semelhante ao local em que está presente e bem posicionada, ou seja, ficando quase imperceptível.

Existem dois tipos de cicatrizes patológicas: queloides e hipertróficas, que além da aparência causam sintomas de dor e prurido.

Porém existem variados tipos de cicatrizes não patológicas, que quase não apresentam sintomas, porém, são inestéticas: cicatrizes alargadas, retraídas, atróficas, hipercrômicas, acrômicas e mistas.

Se você tem vontade de realizar uma cirurgia plástica, mas tem receio da cicatriz não ficar bonita?

Calma, pois é possível prever o risco potencial de desenvolvimento de uma cicatriz patológica (queloide) ou inestética. Para isso, levamos em consideração alguns fatores, como:

  1. Histórico pessoal: se você apresenta alguma cicatriz queloide ou hipertrófica em alguma parte do corpo, o risco de formação de uma cicatriz semelhante após a realização de uma cirurgia, não pode ser minimizado.
  2. Histórico familiar: se você está planejando passar por uma cirurgia plástica e nunca teve nenhum corte, acidental ou cirúrgico, porém há casos na família para formação de queloides ou cicatrizes hipertróficas, fique atenta!
  3. Fator racial: pacientes afrodescendentes e orientais apresentam maior propensão à formação de queloide.
  4. Fototipo de pele: pacientes com fototipo de pele ≥ 3 apresentam um risco maior para formação de cicatrizes hipercrômicas (escurecidas).

Ter uma cicatriz fina, é o objetivo tanto das pacientes como dos cirurgiões plásticos. Por isso, se você algum fator de risco acima para formação de queloides ou cicatrizes hipertróficas, recomendamos que a betaterapia seja administrada no pós-operatório imediato com o objetivo de reduzir as chances de formação dessas hipercicatrizes.

A primeira sessão de betaterapia deve ter início dentro de 24 a 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno. Em média dez sessões serão prescritas pelo médico radioterapeuta após a consulta médica e avaliação do seu caso.

A betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia. É empregada para evitar a formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, devendo ter início em até 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno. De acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.