Doenças Dermatológicas e Depressão

Por: Dr. Rodrigo Motta 13 de setembro de 2019

Um estudo americano observou sintomas de depressão e ansiedade em 25% das pessoas que buscavam ajuda dermatológica, achados esses que mostram uma forte associação entre esse transtorno psiquiátrico e as doenças da pele. Isso acontece diretamente quando tais condições levam o paciente, consciente ou inconscientemente, a ter alguns comportamentos prejudiciais, como provocar ferimentos na própria pele, cortar-se com objetos, puxar os próprios cabelos e roer as unhas, por exemplo. E, indiretamente, o indivíduo sob o estresse, depressão e ansiedade pode manifestar espontaneamente ou apresentar piora das doenças da pele.

Em relação ao estresse psicológico, as principais doenças da pele são: neurodermites (alterações na pele que ocorre devido ao ato de se coçar), dermatite seborreica (inflamação crônica em áreas da pele que contêm um grande número de glândulas sebáceas), desidrose palmar ou plantar (pequenas bolhas nas mãos ou nos pés), psoríase (alguns dos sintomas são: manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas, pele ressecada e rachada, às vezes, com sangramento coceira, queimação e dor, unhas grossas, inchaço e rigidez nas articulações), vitiligo (manchas brancas na pele com uma distribuição característica. O tamanho das manchas é variável). As causas dessas doenças ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados, assim como, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

Mas qual o motivo dessas alterações?

Alguns estudos sugerem que essa relação ocorre pela origem embrionária comum entre a pele e o sistema nervoso, mas há também a interação entre a pele e o sistema imunológico, visto que a pele possui células que recebem informação do meio externo e enviam sinais neuroendócrinos às células do sistema imunológico. Uma situação de estresse, então, poderia alterar essa troca de mensagens.

Qual o melhor tratamento?

Além das recomendações específicas para os tratamentos de cada doença e da realização de exames periódicos, é preciso orientar esses pacientes, assim como, a população geral, para que evitem, dentro do possível, a exposição a situações estressantes, que diminuam a carga horária de trabalho, que separem tempo para o lazer e mantenham hábitos saudáveis de vida, como atividade física e meditação. A pele, a nossa “capa protetora” é vulnerável aos impulsos disparados por pensamentos, medos e angústias. Doenças da pele, às vezes, demoram para ser curadas pois é difícil eliminar o estresse psicossocial que as acompanha.