Com a intenção de estimular a população na prevenção e no diagnóstico ao câncer de pele, em 2014 a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) iniciou o movimento de conscientização da doença, o “Dezembro Laranja”, que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele. Desde então, sempre no último mês do ano, a sociedade médica realiza diferentes ações em parceria com instituições públicas e privadas para informar a população sobre as principais formas de prevenção e a procurar um médico especializado para diagnóstico e tratamento. No período, são iluminados monumentos importantes, realizadas iniciativas de conscientização em praias, parques, praças em locais de grande movimentação, entre outras atividades educacionais.
Todo ano o tema da campanha é renovado para atrair um maior número de pessoas nessa ação de conscientização. Em 2018, o tema da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer de Pele é “Se exponha mas não se queime”. A ação teve foco as formas de prevenção com a adoção de uma série de medidas fotoprotetoras.
Em 2019 serão abordados temas relacionados aos sinais do câncer de pele e foco no diagnóstico e tratamento precoces dessa doença.
A SBD faz um convite à população para compartilhar em suas redes sociais uma foto vestindo uma peça de roupa laranja e a publicá-la com a hashtag #dezembrolaranja e #sinaisdocancerdepele e com isso, contribuir para espalhar atitudes de fotoproteção. O câncer da pele é o tipo da doença mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano. Quando descoberta no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura.
Casos no Brasil: O câncer de pele representa 33% de todos os diagnósticos de doenças malignas (câncer) no Brasil; o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra cerca de 180 mil novos casos ao ano. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele, e de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos, sendo os mais comuns os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Já o melanoma, mais raro que os carcinomas, mostra-se como o mais agressivo e letal.
Ao longo desse mês, todas as matérias ligadas ao câncer de pele serão compartilhadas pela Betaclin. Confira abaixo o que vem por aí:
1) O que é fotoproteção?
2) O que é câncer de pele?
3) Cirurgia para o câncer de pele
4) Radioterapia para o câncer de pele
O que é fotoproteção?
A pele é o nosso maior sistema orgânico, sendo indispensável para a preservação da vida humana. Ela forma uma barreira entre os órgãos internos e o ambiente externo, participando de muitas funções vitais, como proteção, equilíbrio hídrico, regulação térmica, resposta imune, sensibilidade tátil entre outras. Por ser um órgão externo, a pele está sujeita às agressões externas, entre elas, o sol. Medidas de proteção da pele são de vital importância, especialmente para aquelas pessoas que se expõem por períodos prolongados a radiação solar.
Durante o verão, as pessoas buscam mais atividades em parques, praias e piscinas, e além disso, a radiação solar incide com mais intensidade sobre a Terra, aumentando o risco de queimaduras, câncer da pele e outros problemas. Por isso, não podemos deixar a fotoproteção de lado.
O método de fotoproteção química com o uso do protetor solar é uma estratégia eficaz para reduzir os danos provocados pela radiação ultravioleta à qual ficamos expostos. Além disso, a associação com os métodos de barreira física, como uso de blusas de manga comprida, bonés, óculos escuros e o cuidado em relação ao horário de exposição solar, mostram-se mais eficazes para diminuir a ocorrência de lesões à pele.
Proteção Solar
A exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito cumulativo e os raios solares penetram profundamente na pele, podendo provocar diversas alterações, como o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas, flacidez e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode levar ao aparecimento de tumores malignos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma.
Na verdade, a maioria dos cânceres da pele está relacionada à exposição solar, por isso, ao sair ao ar livre, procure ficar na sombra, principalmente no horário entre as 10 e 16 horas, quando a radiação UVB é mais intensa. Use sempre protetor solar com fator de proteção solar (FPS) 30 ou maior. Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas. Use também óculos escuros para completar a estratégia de fotoproteção.
Sobre os protetores solares (fotoprotetores)
Os fotoprotetores, também conhecidos como protetores solares ou filtros solares, são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o câncer de pele, o envelhecimento precoce e a queimadura solar.
O fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro, ou seja, ter boa absorção dos raios UVA e UVB, não ser irritante, ter certa boa resistência à água, além de não manchar a roupa. Eles podem ser físicos ou químicos. Os protetores físicos, à base de dióxido de titânio e óxido de zinco, se depositam na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. Eles deixaram de ser bem aceitos pelo fato de deixarem a pele com uma tonalidade esbranquiçada, mas isso tem sido minimizado pela coloração de base de alguns produtos. Já os filtros químicos funcionam como uma espécie de “esponja” dos raios ultravioletas, transformando-os em calor.
Radiação UVA e UVB
Um fotoprotetor eficiente deve oferecer boa proteção contra a radiação UVA e UVB. A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo e sua intensidade pouco varia ao longo do dia. Ela penetra profundamente na pele, e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer da pele. Já a radiação UVB tem comprimento de onda mais curto e é mais intensa entre as 10 e 16 horas, sendo a principal responsável pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele.
Um fotoprotetor com fator de proteção solar (FPS) 2 até 15 possui baixa proteção contra a radiação UVB; o FPS 15-30 oferece média proteção contra UVB, enquanto os protetores com FPS 30-50 oferecem alta proteção UVB, e o FPS maior que 50, altíssima proteção UVB. Pessoas de pele clara, que se queimam sempre e nunca se bronzeiam, geralmente aqueles com cabelos ruivos ou loiros e olhos claros, devem usar protetores solares com FPS 15, no mínimo.
Já em relação aos raios UVA, não há consenso quanto à metodologia do fator de proteção. Ele pode ser mensurado em estrelas, de 0 a 4, onde 0 é nenhuma proteção e 4 é altíssima proteção UVA, ou em números: < 2, não há proteção UVA; 2-4 baixa proteção; 4-8 média proteção, 8-12 alta proteção e > 12 altíssima proteção UVA. O ideal é procurar por esta classificação ou pelo valor de PPD nos rótulos dos produtos.
Como escolher um fotoprotetor?
Em primeiro lugar, devemos verificar o FPS, qual a proteção em relação aos raios UVA (PPD), e também se o produto é resistente ou não à água. A nova legislação de filtros solares exige que tudo que o produto anunciar no rótulo, deve ter testes comprobatórios. Outra mudança é que o valor do PPD, que mede a proteção UVA, deve ser, sempre, no mínimo metade do valor do FPS. Isso porque se sabe que os raios UVA também contribuem para o risco de câncer de pele.
O protetor solar pode se apresentar de diversas formas, como o gel, creme, loção, spray, e até em bastão como é o caso dos fotoprotetores labiais. A apresentação em gel é a mais indicada para as pessoas com pele oleosa e tendência ao surgimento de acne, já as soluções em creme, são recomendadas à quem tem a pele mais seca.
Como aplicar o fotoprotetor?
80% dos brasileiros não sabem como usar corretamente o protetor solar.
O produto deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada quatro horas, ou a cada duas horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessário aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado todos os dias, mesmo quando o tempo estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens.
É importante lembrar que usar apenas filtro solar não basta. É preciso complementar as estratégias de fotoproteção com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos escuros apropriados. Também é importante consultar um dermatologista regularmente para uma avaliação cuidadosa da pele e indicação de produtos mais adequados.