Utilizada há décadas, a Betaterapia é um procedimento reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia. Basicamente a Betaterapia está indicada na prevenção da formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, as chamadas hipercicatrizes. Toda paciente ou todo paciente que possua essas cicatrizes, ou tenha tendência à formação das mesmas, deve considerar a realização de sessões de Betaterapia após a cirurgia.
Muito provavelmente o seu cirurgião plástico já tenha lhe recomendado que logo após a sua cirurgia, você dê início imediato às sessões de Betaterapia, pois muito provavelmente ele identificou no ato da consulta que você tem um queloide, cicatriz hipertrófica ou uma forte tendência à formação dessas cicatrizes, as chamadas afecções hipertróficas da pele.
Mas como funciona a Betaterapia?
A radiação beta produzida pela placa de Estrôncio (material radioativo) irá inibir a atividade dos fibroblastos, células localizadas na camada derme. A inibição dessas células durante o período de realização da Betaterapia, diminuirá a quantidade de colágeno produzido, evitando assim a formação de queloide ou cicatriz hipertrófica.
Estudos in vitro demostram que a irradiação ionizante controla a proliferação celular dos fibroblastos, células bastante jovens com intensa atividade, localizadas na camada derme da pele e que estão diretamente envolvidas no processo de síntese do colágeno e outras proteínas. Os fibroblastos também produzem fatores de crescimento que controlam a proliferação e a diferenciação celular. A radiação ionizante, nesse caso específico, a radiação beta, provoca a inibição do processo do ciclo celular do fibroblasto, conduzindo-o a uma senescência (envelhecimento) prematura, e que o processo de senescência celular poderia estar envolvido no efeito preventivo da irradiação ionizante na recorrência do queloide ou da cicatriz hipertrófica.
Para que esse benefício seja plenamente atingido, recomendamos que a primeira sessão de Betaterapia tenha início dentro de 24 a 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno.
A Betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia, e de acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a Betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.