Cirurgia para o câncer de pele

Por: Dr. Rodrigo Motta 20 de dezembro de 2019

O câncer de pele representa 33% de todos os diagnósticos de doenças malignas (câncer) no Brasil; o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra cerca de 180 mil novos casos ao ano. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele.

Os tipos de câncer de pele, são divididos em não melanoma e melanoma. Dentre os não melanoma, o mais frequente é o carcinoma basocelular, responsável por 70% dos diagnósticos, seguido do carcinoma
espinocelular, representando 25%; e o tipo melanoma, com uma incidência de 5%.

Apesar da alta incidência do carcinoma basocelular, ele é o menos agressivo e raramente produz metástases. O carcinoma espinocelular é mais invasivo que o carcinoma basocelular e pode apresentar metástases.

E o melanoma é altamente invasivo e produz metástase facilmente, podendo apresentar uma alta mortalidade se não diagnosticado precocemente. Diante de uma suspeita de câncer de pele ao exame clínico, a biópsia deve ser realizada a biópsia, que pode ser incisional em lesões muito extensas, ou excisional em lesões pequenas.

O melhor tratamento é a ressecção cirúrgica em fases iniciais; porém, existem outras formas de tratamento como a radioterapia, crioterapia, terapia fotodinâmica, e a quimioterapia e imunoterapia em
doenças avançadas.

Existem diversos tipos de cirurgia para tratamento do carcinoma basocelular e espinocelular. A escolha da técnica cirúrgica dependerá do tamanho do tumor, da localização e do tipo do câncer de pele. A maioria das cirurgias pode ser feita em consultórios médicos ou clínicas especializadas. Se o tumor tiver risco elevado de
disseminação, a cirurgia pode ser seguida por outros tratamentos, como a radioterapia.

Excisão: na excisão simples os tumores de pele são, geralmente, retirados com uma pequena margem de tecido normal. A excisão é realizada com anestesia local e pode deixar uma pequena cicatriz.

Curetagem e eletrodissecação: esse procedimento é utilizado para remover o tumor por raspagem com uma cureta e, em seguida, a área onde o tumor estava localizado é tratada com um eletrodo que emite uma
corrente elétrica para destruir as células cancerígenas remanescentes. A curetagem acompanhada da eletrodissecação é utilizada para o tratamento tanto do câncer de pele basocelular quanto do espinocelular.

Cirurgia de Mohs: usada quando existe alto risco de recidiva da doença após o tratamento, ou quando a extensão do tumor não é conhecida, ou quando o objetivo é poupar o máximo possível de pele saudável, como cânceres próximos aos olhos ou outras áreas importantes, como face central, orelhas ou dedos. Nesta técnica o cirurgião remove uma camada da pele que pode ter sido invadida pelo câncer e mapeia sua localização. A amostra de tecido removida é imediatamente analisada por um patologista e, se ainda existirem células cancerígenas, remove-se mais um pouco de tecido, que volta a ser analisado. O processo é demorado, mas permite o máximo controle histopatológico e preservação do tecido (pele) normal ao redor do tumor. Apesar de muito difundida na dermatologia, é de pouca aceitação pelos cirurgiões que preferem a excisão cirúrgica com mapeamento intraoperatório das margens e estudo patológico por congelação.

Cirurgia de retirada de linfonodos: Se os gânglios linfáticos próximos ao tumor estão aumentando, pode ser sinal de que o câncer atingiu esses linfonodos. Nesse caso, eles são removidos cirurgicamente
e analisados por um patologista.

Cirurgia reconstrutora: Em casos em que o tumor é grande, pode ser necessário fazer um enxerto com um retalho de pele para ajudar na cicatrização e recuperar a aparência estética da região operada.