Cirurgia de aumento das mamas: cuidados, queloide e betaterapia

Por: Dr. Rodrigo Motta 12 de abril de 2019

A cirurgia de implante de silicone nas mamas (mamoplastia de aumento) é uma das mais procuradas pelas mulheres, sendo uma das que mais traz mudanças positivas e melhora da autoestima para as pacientes. É uma cirurgia com incisão (corte) de alguns centímetros, geralmente na região abaixo da mama, e felizmente com poucas intercorrências ou complicações e por isso é tão procurada por mulheres em quase todas as faixas etárias. Mesmo assim, quando os cuidados pós-operatórios recomendados pelo seu médico não são seguidos, algumas intercorrências podem ocorrer.

Alguns cuidados para que cicatrização ocorra sem complicações e um resultado estético satisfatório seja alcançado, devem ser seguidos, como:

Repouso

Não existe consenso entre o tempo de repouso necessário após o implante de silicone nas mamas. Devemos considerar sempre o bom senso e as orientações de seu cirurgião. De maneira geral, um repouso relativo domiciliar de três a sete dias, dependendo do caso, é suficiente. Após esse período, as atividades rotineiras podem voltar aos poucos, mas sem carregar pesos acima de cinco quilos, sem dirigir por pelo menos 15 dias. Pergunte sempre ao seu médico o que pode ou não ser feito. Cirurgias com implantes pequenos costumam ter uma recuperação mais rápida em relação àquelas com grandes volumes.

Cuidados gerais

Por mais que o implante de silicone seja seguro, é preciso tomar alguns cuidados em casa, nos primeiros dias após a recuperação. Ao dormir, por exemplo, prefira colocar dois travesseiros nas costas para elevar o tronco. Durma com a barriga para cima e com os braços ao longo do corpo, nunca acima. Existem também almofadas específicas para esta situação que podem ser adquiridas em lojas especializadas, e que podem ser colocadas nas costas para proporcionar um maior conforto.

Atividades físicas

Por conta da cicatrização, as atividades físicas também precisam ser restringidas, assim como o movimento de erguer os braços. O tempo varia de acordo com a técnica empregada pelo médico. De modo geral, evite levantar os braços acima da altura dos ombros por pelo menos 15 dias. Caminhadas leves sem causar muito esforço podem ser feitas usualmente após sete dias. A maioria dos médicos permite a volta aos exercícios monitorados ao redor de 30 dias.

Dieta

De maneira geral, opta-se por alimentos com pouco sal para diminuir a retenção de líquidos e não aumentar o inchaço. Dependendo da anestesia e da recuperação da cirurgia, uma alimentação mais leve pode ser mais indicada no primeiro dia (frutas, sopa, gelatina, bolachas, chá). Geralmente no segundo dia de cirurgia pode-se comer praticamente tudo, desde que a paciente não se sinta nauseada. Uma boa dica é evitar alimentos que produzem gazes (como feijão, soja, grão de bico), para não causar desconforto. Outra dica importante e que tem impacto direto na qualidade da cicatriz e evita a formação de queloides, é evitar alimentos ricos em gordura animal, gordura trans, carne de porco e principalmente frutos de mar (camarão), por serem alimentos que podem estimular o processo inflamatório.

Betaterapia

Se você tem tendência à formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, pense na possibilidade de associar este tratamento à sua cirurgia de aumento das mamas. Mas lembre-se de antes passar em consulta com o médico radioterapeuta, o profissional que avaliará o seu caso e prescreverá a quantidade de sessões bem como a dosagem e periodicidade das mesmas.

A Betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia.

A Betaterapia é utilizada na prevenção da formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, devendo ter início em até 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno.

De acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a Betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.