O diabetes é uma das doenças que mais afeta pessoas pelo mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de diabéticos quadruplicou em menos de 4 décadas, ultrapassando 422 milhões de pessoas; no Brasil são mais de 16 milhões de adultos (8,1%) diagnosticados.
Por conta disso, pessoas que possuem a doença acabam tendo que tomar diversos tipos de cuidados, não só na alimentação e no monitoramento da glicemia, mas também na hora de realizar uma cirurgia.
Mas, afinal, isso também serve para procedimentos estéticos? Diabéticos podem fazer uma cirurgia plástica?
Sim. Diabéticos podem fazer cirurgia plástica, desde que os níveis de glicose estejam rigorosamente controlados. Para cirurgias programadas, as ditas eletivas, prefere-se um nível de hemoglobina glicada menor que 8,5%. A escolha da melhor hemoglobina glicada, no entanto, pode variar conforme o procedimento que o paciente vai ser submetido e da conduta de cada médico, no entanto, pacientes com diabetes desregulado correm riscos maiores, por isso não é recomendável fazer nenhum tipo de cirurgia estética enquanto não houver controle adequado da doença.
O endocrinologista deve ser informado pelo paciente, de seu desejo em se submeter a uma cirurgia plástica, a fim de decidir sobre a melhor data para a realização da mesma. No momento da primeira consulta, o cirurgião plástico deve ser informado a respeito do diagnóstico de diabetes e de como está o seu controle, medicamentos utilizados, assim como em relação a outras doenças existentes. Tudo isso é importante para um adequado planejamento a cerca da cirurgia plástica que será realizada.
Vale lembrar que o período pós-operatório merece maior atenção em diabéticos. A cicatrização pode ser um pouco mais lenta, portanto, se você é diabético e vai realizar uma cirurgia plástica, tire em período de férias do trabalho, para que você possa com tranquilidade, realizar todo o processo de exames, cirurgia, e cuidados pós-operatórios. Os pacientes diabéticos podem realizar a maioria das cirurgias estéticas com segurança, desde que o diabetes esteja sim bem controlado e todos os cuidados pós-operatórios recomendados tanto pelo cirurgião plástico quanto pelo endocrinologista, sejam seguidos.
Quanto maior for o controle da glicemia, melhor será a recuperação. Com o diabetes bem controlado, menores serão os riscos de infecção ou de uma cicatrização inadequada. Mesmo em pequenas cirurgias, o risco de infecção existe e, portanto, evitar tanto a hiperglicemia (aumento da glicose) como a hipoglicemia (queda da glicose) é fundamental para o processo cirúrgico.
Monitorizar, esta é a palavra chave durante o internamento. Manter controlados os níveis de açúcar no sangue do paciente e no período do procedimento e do pós-operatório, evitando oscilações. Também é importante saber quanto tempo o paciente ficará em jejum e também os ajustes necessários dos medicamentos.
Cada hospital deve estar preparado. É muito importante que o paciente diabético saiba se o hospital tem uma equipe treinada para atender pacientes diabéticos internados. Oscilações dos níveis de glicose são esperadas e ter protocolos de atendimento (com insulina, por exemplo, caso a glicemia suba) torna mais fácil de manejar estas situações. O controle também deve ser mantido em casa, após a alta hospitalar, através do uso de aparelhos que monitoram a glicemia e das orientações médicas e nutricionais.
E se você tem tendência à formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, pense na possibilidade de associar este tratamento à sua cirurgia. Mas lembre-se de antes passar em consulta com o médico radioterapeuta, o profissional que avaliará o seu caso e prescreverá a quantidade de sessões bem como a dosagem e periodicidade das mesmas.
A Betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia.
A Betaterapia é utilizada na prevenção da formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, devendo ter início em até 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno.
De acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a Betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.