Alimentos e dermatite atópica

Por: Dr. Rodrigo Motta 6 de agosto de 2021

A dermatite atópica é um dos tipos mais comuns de alergia cutânea caracterizada por eczema atópico. É uma doença genética, crônica e não contagiosa, e que apresenta pele seca, erupções que coçam e crostas. Geralmente se desenvolve na infância e pode persistir na idade adulta; com menos frequência, começa na meia-idade, e seu surgimento é mais comum nas dobras dos braços e da parte de trás dos joelhos.

A prevalência e a incidência da dermatite atópica aumentaram nas últimas décadas, com uma prevalência de 15 a 20% entre crianças e até 10% entre adultos. É a 15ª doença não fatal mais comum e o distúrbio de pele com a maior carga de doença, em termos de anos de vida ajustados por incapacidade. O aumento da prevalência em países industrializados e de alta renda foi provisoriamente atribuído a fatores ambientais, como exposição à poluição e a produtos de limpeza.

Muito se tem estudado nas últimas décadas sobre os principais gatilhos da dermatite atópica, sendo a alimentação um deles, porém esta relação ainda não se encontra completamente esclarecida. Acredita-se que cerca de 20% das crianças com dermatite atópica e idade abaixo dos 4 anos possui concomitantemente alguma forma de alergia alimentar, sendo que em 40% destas existem efeitos diretos da alergia na dermatite.

Além do dermatologista, o paciente com dermatite atópica pode associar ao seu tratamento o acompanhamento com um nutricionista ou nutrólogo, que irá orientar melhor o paciente sobre sua dieta, pois certos alimentos podem estar diretamente relacionados à algumas doenças de pele, como no caso da dermatite, na qual o consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias, como gengibre, cúrcuma, e alimentos antioxidantes, como as frutas vermelhas, cítricas e vegetais verde escuros, como o brócolis, podem contribuir na melhora do tratamento. Em contrapartida, leite, ovos, amendoim e frutos do mar parecem agravar a doença.

Se você tem diagnóstico de dermatite atópica, saiba que a fototerapia é indicada para o controle da doença mediante seus mecanismos antinflamatórios e imunossupressores. Ocorre a inibição das citoquinas produzidas pelos linfócitos T, que medeiam a resposta imunológica para o desenvolvimento das lesões eczematosas.

O tratamento com a radiação UVB narrow-band (UVB de faixa estreita) mostra bons resultados, sendo indicado para pacientes com curso crônico da dermatose e na manutenção terapêutica. A UVBnb (UVB de faixa estreita) é considerada por alguns autores indicação de escolha para induzir a melhora em longo prazo da dermatite atópica, além de ser segura a aplicação em crianças.

O tratamento com altas doses de radiação UVA-1 com aplicações freqüentes em curto período pode ser alternativa aos corticoesteróides, não interferindo no desenvolvimento da criança.

As sessões são realizadas duas ou três vezes por semana, com diminuição da freqüência após controle do quadro clínico. A fototerapia busca estacionar a progressão e promover a melhora da pele através da exposição das áreas afetadas à radiação ultravioleta. O tempo que o paciente é mantido em contato a essa radiação varia de acordo com o tipo de pele e outros fatores, assim como a frequência e quantidade de sessões. Existem vários estudos científicos que demonstram a eficácia e a segurança da fototerapia no tratamento da dermatite atópica.

A fototerapia deve ser executada de modo sério, com atenção às corretas indicações e protocolos específicos, o que inclui: reavaliações periódicas, controle de máquinas e cuidados redobrados com aspectos de segurança.

Os procedimentos em fototerapia implicam tratamentos longos, geralmente com idas aos serviços duas a três vezes na semana, durante meses. A cada sessão, a ficha clínica deve ser preenchida e conversas explicativas precisam ser conduzidas, para acompanhar e registrar a evolução do paciente.

Neste processo, além dos cuidados nas indicações e protocolos corretos, deve- se assegurar que as revisões médicas periódicas, também fundamentais para o êxito dos tratamentos, transcorram regularmente, observando itens como: melhora clínica, necessidade de associação ou mudança de terapêutica associada, coleta de documentação fotográfica, entre outros. Esses são apenas alguns dos aspectos que aumentarão as chances de bons resultados.

A Betaclin oferece aos seus pacientes o tratamento com irradiação ultravioleta (UV), nas faixas de energia de UVA1 e UVBnb (faixa estreita). Tanto o UVA1 como o UVBnb dispensam o uso de medicações fotossensibilizantes como o psoraleno. Os tratamentos em nossa clínica podem ser realizados de forma focalizada ou em cabine.

Para realização das sessões de fototerapia é necessário passar por uma avaliação prévia com um médico dermatologista, que deverá definir o seu plano terapêutico, como a escolha do tipo de radiação ultravioleta (UV), se UVA1 ou UVBnb, bem como a dosagem e o número de sessões.

A fototerapia é um recurso terapêutico muito útil, seguro, eficaz e reconhecido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Associação Médica Brasileira (AMB) e Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).