A cicatriz da abdominoplastia não ficou bonita, e agora?

Por: Dr. Rodrigo Motta 30 de julho de 2021

É muito comum pacientes que passaram por cirurgia de abdominoplastia, manifestarem algum grau de insatisfação com as suas cicatrizes, pois é o desejo de todas as pacientes ter uma cicatriz fina e discreta, para não dizer “invisível”. Assim, muitas pacientes entram em contato com a Betaclin, com o objetivo de suavizar ou até mesmo eliminar as suas cicatrizes.

Se você passou por uma abdominoplastia há alguns meses e está percebendo que a sua cicatriz não está fina e delicada como nas primeiras semanas após a cirurgia, saiba que as cicatrizes passam por modificações até ficarem maduras. No caso de uma cicatriz de abdominoplastia, esse tempo pode levar aproximadamente um ano e meio.

A cicatrização é um processo biológico natural e fundamental para manter a integridade da nossa pele. Toda vez que sofremos um corte, uma escoriação, ou uma queimadura por mais leve que seja, uma série de processos orgânicos são desencadeados no local para tentar recuperar o tecido que foi lesado.

Quanto maior for o tamanho do corte, maior será a cicatriz. Muitas cicatrizes inicialmente inestéticas tornam-se aceitáveis com o passar do tempo; em geral em um ano ou mais. O aspecto da cicatriz dependerá da sua localização, cor, textura, comprimento, largura e profundidade. Alguns locais do corpo caracteristicamente apresentam forte tendência em formar cicatrizes mais evidentes e inestéticas.

Caso você esteja insatisfeita com a sua cicatriz, mas a mesma não se classifica como hipertrófica ou queloide, saiba que existem inúmeros tratamentos que podem estar recomendados para o seu caso, como o uso de pomadas, cremes, fitas de silicone, microagulhamento, medicações injetáveis e tecnologias de laser, LED e luz pulsada.

No entanto, se a sua cicatriz tornou-se hipertrófica (grossa, elevada), e no caso das cicatrizes de abdominoplastia, essa tendência é observada por volta de 3 meses após a realização da cirurgia, e mais pronunciada no terço central da cicatriz, acima da região púbica, e as tentativas de tratamento conservador como uso de soluções tópicas (cremes e pomadas), fitas de silicone ou medicações injetáveis não ajudaram a melhorar o aspecto da cicatriz, talvez seja o momento de pensar na possibilidade de uma cirurgia de “retoque”, uma cirurgia para remover essa cicatriz indesejável.

Caso a conduta tomada tenha sido pela remoção da cicatriz hipertrófica, do queloide, saiba que a betaterapia está recomendada no pós-operatório imediato com o objetivo de reduzir as chances de formação de uma nova cicatriz hipertrófica.

Utilizada há décadas, a betaterapia é um procedimento reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia.

A betaterapia é um tratamento que utiliza partículas beta emitidas por uma fonte de Estrôncio 90 (material radioativo), esse tipo de tratamento irradiante é utilizado para evitar a formação do queloide ou cicatriz hipertrófica, inibindo a atividade dos fibroblastos e dessa forma diminuindo a produção exagerada de colágeno, responsável pelo aspecto hipertrófico das cicatrizes.

A betaterapia está indicada a pacientes de ambos os sexos que possuam uma cicatriz hipertrófica ou queloide em qualquer localização do corpo e que estejam programando passar por uma cirurgia plástica a fim de remover essa lesão. A betaterapia também é recomendada aos pacientes que tenham tendência à formação dessas cicatrizes grossas, espessas.

A primeira sessão de betaterapia deve ter início dentro de 24 a 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno. Em média dez sessões serão prescritas pelo médico radioterapeuta após a consulta médica e avaliação do seu caso.

A betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia. É empregada para evitar a formação de queloide ou cicatriz hipertrófica, devendo ter início em até 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno. De acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.