A betaterapia pode danificar a minha prótese de silicone?

Por: Dr. Rodrigo Motta 12 de fevereiro de 2021

A mamoplastia de aumento, a tão famosa cirurgia de implante de silicone nas mamas é uma das cirurgias plásticas mais procuradas pelas mulheres em nosso país, sendo uma das que mais traz mudanças positivas e melhora da autoestima às pacientes. É uma cirurgia com incisão (corte) de alguns centímetros, geralmente na região abaixo da mama, e felizmente com poucas intercorrências ou complicações e por isso é tão procurada pelo público feminino em quase todas as faixas etárias. Além da escolha de um cirurgião plástico e de sua confiança, a escolha da prótese adequada é fundamental para a segurança do procedimento. Somente devem ser utilizadas próteses de silicone aprovadas pela ANVISA e também ficar atenta ao prazo de validade e ao registro do produto.

Caso você tenha tendência à formação de queloides ou cicatrizes hipertróficas, considere a possibilidade de se submeter às sessões de betaterapia com a finalidade de reduzir o risco de formação dessas hipercicatrizes após a cirurgia de implantes mamários.

A betaterapia é um tratamento médico que utiliza a radiação beta na prevenção de queloides e cicatrizes hipertróficas. Essa radiação é emitida por uma placa de Estrôncio 90 (material radioativo). A betaterapia está indicada aos pacientes que possuam as chamadas hipercicatrizes (hipertrófica ou queloide) em qualquer localização do corpo e que estejam programando passar por uma cirurgia plástica a fim de remover essa lesão. A betaterapia também é recomendada aos pacientes que tenham tendência à formação dessas super cicatrizes.

A primeira sessão de betaterapia deve ter início dentro de 24 a 48 horas após a cirurgia; período em que os fibroblastos começam a se proliferar para a produção de colágeno. Em média dez sessões serão prescritas pelo médico radioterapeuta após a consulta médica e avaliação do seu caso.

Mas, a betaterapia pode danificar a minha prótese de silicone?

De forma alguma, pois a radiação beta tem baixo poder de penetração na matéria sendo totalmente absorvida em alguns milímetros de pele, e sua ação terapêutica ocorrendo na camada derme. Assim, nenhuma radiação irá atingir a prótese de silicone, quer essa tenha sido implantada através da técnica subglandular ou submuscular. Reforçamos ainda que a betaterapia é um tratamento totalmente indolor, que pode reduzir significativamente as chances de formação de um queloide ou cicatriz hipertrófica.

A betaterapia é um procedimento utilizado há décadas, sendo reconhecido cientificamente pelas Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica, Dermatologia e Radioterapia, e de acordo com os trabalhos científicos publicados, pode-se afirmar que a betaterapia previne 80% dos casos, a formação do queloide e cicatriz hipertrófica.